15 de outubro de 2011
Um tratamento quase infalível
16 comentários:
- Unknown disse...
-
Olá, LeMarc!
A tua história ilustra bem o que se passa com as lacunas da lei, por todo o mundo. E o crime que relatas, deve ser dos mais difíceis de provar e julgar.
Embora nos sistemas sociais, hoje, os cidadãos já possam contornar essas lacunas, com denúncias sucessivas nos orgãos criados para o efeito, ainda assim, a justiça fica muitas vezes por fazer. Mas são os agredidos (mulheres na sua quase totalidade), que têm de ter coragem de mudar a sua atitude e denunciar. Elas não podem ou devem ficar - na minha opinião - à espera do paternalismo de juízes conscientes.
E os juízes são uma classe profissional muito especial... quando honestos, têm à sua frente um caminho muito complicado.
Parabéns pela excelente história!
Abraços. - 16 de outubro de 2011 às 03:09
- Vinícius Lemarc disse...
-
Oi, Luisa!
Comentário muito pertinente. É isso mesmo, todos temos que lutar pelo que é certo. As mulheres devem ter coragem de denunciar, e todo homem decente deve fazer o que puder para que o mundo seja mais seguro para elas.
Obrigado ainda pela generosa nota ao texto.
Abraço!
LeMarc - 16 de outubro de 2011 às 05:00
- TideMonteiro Blogger disse...
-
É Lemarc tua história retrata fielmente o Brasil de hoje..! O Lulismo deixou já como legado a impunidade, a inversão de valores, a justiça (ou "in-justiça") a serviço do governo (ou des-governo) e dos trambiqueiros, o acobertamento descarado dos corruptos e bandidos( nacionais ou iternacionais), a sem vergonhice desenfreada, etc.
Parabéns amigo pela postagem. Abraços e bom domingo - 16 de outubro de 2011 às 06:06
- Vinícius Lemarc disse...
-
Caríssimo Aristo, nosso país precisa reencontrar, ou encontrar finalmente, o rumo certo, para poder sonhar com ser um país decente para seu povo. Com certeza, a desvalorização do mérito, da competência, do compromisso, do caráter começa de cima e só tem piorado e se alastrado no meio do povo. O sistema está realmente estruturado para favorecer algumas pessoas, e, no fim, o país não avança nem se torna um lugar melhor para todos.
Obrigado por sua excelente contribuição e um grande abraço!
LeMarc - 16 de outubro de 2011 às 06:53
- Marcela disse...
-
Exelente LeMarc!
Vivemos todos como cegos, não há comando nem comandantes.
E enquanto isso quem poderia fazer algo fica na praça dando milhos aos pombos.
Adorei a crítica! - 16 de outubro de 2011 às 11:56
- Srta disse...
-
LeMarc,
A história retrata bem o cenário do Brasil. Mas eu deixo um ponto a ser discutido...As leis favorecem a quem? Será que ela está a serviço dos "oprimidos", ou melhor, dos justos? Bom, eu acredito que as leis nunca vão estar ao lado dos que realmente precisam dela, pois o que seria uma ferramenta da liberdade dos indivíduos, acaba sendo uma ferramenta que aprisiona, sentimos que não podemos dar um passo a frente, pois poderá existir uma lei para qualquer ato, e que infelizmente essa lei não vai favorecer, ou até pode favorecer( mas as leis tem várias interpretações, como tudo na vida..certo?) Agora, diga-me...para que tantas lacunas, "brechas", serve para mim, serve para você?
Gostei quando citou a corrupção no começo da história, bom se não sabe, a Carta de Pero Vaz de Caminha já continha indícios de corrupção, pois o autor pede emprego ao rei para um parente, a corrupção no Brasil é um dado histórico, e infelizmente vem sendo reproduzido...
A lei está no papel, e por lá ela vai ficar... Aberta para várias interpretações ( equivocadas e injustas na maioria das vezes)favorecendo os que não são justos, os corruptos, não daqueles que desviam milhões,mas aqueles que tem faltam moral , aquela falta de senso ético, ou seja, a verdadeira cultura da impunidade.
Louvo o seu texto, muito bom!
Srta G - 16 de outubro de 2011 às 14:21
- Vinícius Lemarc disse...
-
Oi, Marcela!
É isso mesmo. Infelizmente a população tem se sentido cada vez mais mal assistida pelas autoridades. O jogo do poder não está preocupado com as tragédias pessoais que acontecem diariamente. Nele, são quase todos medíocres, preocupados apenas em se dar bem. Temos que denunciar, nos posicionar e lutar para que isso possa mudar um dia.
Um grande abraço!
LeMarc - 16 de outubro de 2011 às 14:48
- Vinícius Lemarc disse...
-
Oi, Srta G, tudo bem?
Seu comentário é muito correto quando fala das brechas da lei. Esse é um grande problema, que deixa nossas leis quase inoperantes, diante da demanda social. Esse é apenas um texto de ficção, que tentei fazer com linguagem leve e agradável (não sei se consegui), mas mostrando um pouco da realidade do país. Quando se diz que nossa lei é interpretativa significa praticamente dizer que alguns serão beneficiados e outros não, dependendo da interpretação. Os homens do poder precisam anular ao máximo esse caráter fluido da lei. Mas eles querem? Claro que não.
Mesmo assim vamos insistir na mudança.
Beijo!
LeMarc - 16 de outubro de 2011 às 14:57
- Carla Reichert disse...
-
Muito boa sua crônica caro Le marc. A justiça nesse país é de perder mesmo a paciência e o espancador de mulher (essa da crônica uma baita de uma sem vergonha), sabe direitinho dos trâmites legais ou nem tanto para se escapar de dormir atrás das grades por muito tempo. Sem contar que é absurdo cesta básica e trabalhos comunitários (só se fosse para ajudar mulheres espancadas ou crianças que sofrem violência). Muitos espancadores foram crianças da mesma forma espancadas, o que não é regra também. Pena que o juiz tinha pavio curto com o salafrário espancador (difícil não ter pavio curto com um tipo desses na nossa frente). Excelente!!!!
Mas é assim mesmo viu, até que a mulher teve sorte que o juiz se interessou pelo caso. Hoje em dia se resolvem esses casos na hora, ao menos aqui no Rio de Janeiro existe no próprio fórum um serviço que a mulher vai direto da Delegacia da Mulher, para o Fórum.
Beijos!!!
Carla Reichert - 17 de outubro de 2011 às 08:34
- Vinícius Lemarc disse...
-
Oi, Carla, tudo legal?
Esse é um texto de ficção, mas ,de fato, retrata um pouco das deficiências da justiça brasileira. Milhares de mulheres são espancadas país afora e, incrivelmente, as providências são ridículas. E isso se estende por vários outros tipos de problemas que se arrastam sem providências firmes. Obrigado por comentar tão bem meu breve texto, inclusive acrescentando várias observações interessantes que terminei deixando de fora.
Grande Beijo!!!
LeMarc - 17 de outubro de 2011 às 15:46
- Lygia Maria disse...
-
Ótimo texto, Le Marc!!Por essas e outras, infelizmente, não acredito em melhora aqui na nossa terrinha. Faço a minha parte, de verdade, mas não acredito em mudanças. É tanto absurso, é tanta sujeira... triste!
Você poderia publicar essa crônica. Por que não a envia para alguma revista?
Posso citá-la em meu blog?
Beijinho!
Lygia Maria - 17 de outubro de 2011 às 17:53
- Vinícius Lemarc disse...
-
Oi, querida Lygia!
Muitíssimo obrigado pelo enorme incentivo! As possibilidades estão em aberto. Vamos ver.
Pode sim citá-la, divulgá-la à vontade. Se precisar de qualquer coisa a respeito, me fala.
Ah, e o país realmente está de nos indignar, mesmo. Mas lutemos como pudermos. É o que nos resta.
Beijo!
LeMarc - 17 de outubro de 2011 às 18:09
- Unknown disse...
-
Nem é preciso dizer que você é um excelente escritor, do tipo que faz do leitor, seu refém. Impossível não deixar-se levar pela sua forma ágil, clara e agradável de expor os fatos, que transforma seus escritos em momentos de prazer a quem os lê. Você já me tem como sua fã a partir daí!
Infelizmente, existe uma gama de escritores que possuem a mentalidade atrelada à Idade Média, onde o fenômeno do "falar difícil" era um sinal de inteligência, um sintoma de superioridade, posto que o conhecimento era vedado à maioria dos cidadãos, contemplando apenas uma minoria privilegiada. Era o sábio versus o ignorante.Inadvertidamente, escritores -nossos contemporâneos´-, ainda acreditam que essa técnica funcione! Mal sabem eles, quantos livros são largados pela metade, senão a partir já do primeiro ou segundo capítulo! Aliás, essa verborreia já é uma questão antropológica. Vemos isso na Lei, incompreensível para o comum dos cidadãos, exigindo a mediação do jurista e a intervenção do advogado. Os estudos técnicos e científicos, mesmo aqueles que devem ser consultados e opinados pelos cidadãos, são incompreensíveis pelos não técnicos.
Anos atrás, trabalhei em um dos setores de pós graduação da Universidade São Paulo e pude tirar minhas próprias conclusões: as teses de doutoramento que não fossem verdadeiros "calhamaços", repletas de citações de autores consagrados,com centenas de referências bibliográficas, não tinham mérito, em detrimento daquelas mais concisas e que chegavam, ainda que com legítima eficácia, mais rapidamente ao cerne da questão! Portanto, só posso parabenizá-lo e incentivá-lo a continuar escrevendo, sempre!
Com relação ao tema por você abordado, só tenho a dizer que nosso sistema judiciário está completamente falido, e que o brasileiro gosta sim, de sentir-se tirando vantagem nas mais diversas situações; adora ser espertalhão e sente orgulho ao ser chamado de malandro, além de achar glorioso resolver certas questões na base da "porrada" ! Bem, é a minha opinião!
Um grande afetuoso abraço! - 18 de outubro de 2011 às 18:41
- Vinícius Lemarc disse...
-
Olá, querida Fiesta!
Obrigado pelo incentivo!
Você foi direto ao ponto. Realmente vivemos em um teatro, onde o que conta são aparências. Quando você fala da verborragia presente no formalismo academicista, está mais que com a razão. Infelizmente, é assim que as coisas funcionam em todas as instâncias. Até nas universidades,como você diz, que deveria ser lugar de pensadores, de produtividade criativa, etc. é comum vermos que o dominante é a quantidade: quantidade de palavreado bonito, mesmo inútil; quantidade de páginas de currículos, que, na prática, escondem vazios; quantidade de reprodução de referências, mesmo que não se acrescente nada de novo, e por aí vai. Esse tipo de tendência medieval é comparável, às vezes, à missa em latim, aquela que o padre celebrava de costas, numa língua que não dizia nada para quem ouvia, sabes, né?
Mas, na verdade, o sistema é pensado sempre para legitimar o que é conveniente. O problema é que, assim, a gente nunca sai do atoleiro. E o país fica sempre na mediocridade. Veja a Justiça: fragmentada, obscura, confusa, com jeito de mal intencionada, e, sobretudo, incapaz de cumprir seu papel social.
De certa forma, escrevo por aqui, também pra ajudar a discutir esses problemas, tentando ser uma voz vinda do povo. Um contraponto ao discurso dominante que domina a midia tradicional. Agora, com a internet, nós estamos podendo nos unir pra lutar por um país melhor. Acho que já estamos, de certa forma, fazendo isso.
Grande Beijo, Fiesta!
LeMarc - 19 de outubro de 2011 às 04:19
- Kátia Farago disse...
-
Triste mais excelente post, porque retrada a realidade do que é a justiça no nosso País que é cada dez mais vergonhoso. A lei Maria da Penha deveria chamar Maria Capenga ela realmente não funciona. Agora veja um caso domestico que não teve a devida punição o que dira então os grandes escalões?.
Parabéms pelo post e blog!
Namastê - 8 de janeiro de 2012 às 07:39
- Vinícius Lemarc disse...
-
Oi, Kátia!
Gostei do "Maria Capenga". Essa eu ainda não tinha visto. Na verdade, O conjunto de leis do Brasil bem que poderia receber esse tipo de nome. E tem gênio que diz que as leis do Brasil são boas. Como, se uma faz e outra desmancha?
Obrigado pelo comentário!
Beijo!
LeMarc - 8 de janeiro de 2012 às 12:37