No final da década de 90, creio, eu e um irmão mais velho estávamos na calçada de casa, em um início de noite, tocando violão, quando aprochegou-se um conhecido nosso, com uma proposta irrecusável: “vocês querem ficar milionários, rápido e sem fazer muito esforço?” – e continuou – “convido vocês a participar de uma reunião que acontecerá daqui a pouco”. Sem crer em quase nada do que ouvimos, resolvemos largar o violão, afinal era educado, divertido e não custava nada na ocasião, e fomos ouvir o que um hábil palestrante tinha a dizer. Lá, nas primeiras palavras, percebi rápido que aquilo era uma ideia interessante, mas que não era capaz de fazer ninguém enriquecer com pouco trabalho, como prometiam. Na verdade, percebi que seria muito difícil alguém conseguir enriquecer, se não tivesse muito próximo do topo da pirâmide. Mas qual pirâmide? Ora, aquilo se tratava de uma genial ideia americana e que muitos de vocês devem conhecer: a Amway, empresa de venda direta fundada pelos americanos Jay Van Andel e Richard DeVos, e seu plano de formar uma imensa rede de consumidores, que se expandia exponencialmente. De modo simples: cada membro responsabilizava-se por conseguir X número de novos membros, que, por sua vez, responsabilizavam-se, cada, por conseguir outro tanto de membros. Imagine a possibilidade de crescimento de uma rede dessa natureza. Uma ideia aparentemente simples, mas de raro surgimento no Brasil. Ora, muitas vezes, nem se nota a semelhança, por aqui.
Com o boom da internet, os americanos não tiveram nenhuma dificuldade de transferir os mesmos conceitos básicos que moviam a Amway, criando as chamadas redes sociais. Nunca essa ideia tinha dado tão certo, sobretudo no Brasil, como aconteceu com as redes sociais da internet. Vide o sucesso de redes como ORKUT, FACEBOOK, TWITTER, etc. Infelizmente, um princípio se manteve: a necessidade de prender as pessoas horas a fio, conectadas nos sites e provedores, o que resultou em um rápido e extraordinário enriquecimento de seus idealizadores.
Em vista dessa característica de exigir muito tempo e dedicação, nunca fui muito ligado a redes sociais na internet, isso sem falar na quantidade de bobagens que rolam em muitas delas, porque elas consomem muito, e aí não tem jeito, a qualidade fica muitas vezes prejudicada. Por isso, só recentemente me aventurei um pouco no terreno. Mas, como já previa, não tenho conseguido me dedicar como elas exigem.
Entretanto, por outro lado, elas tem coisas legais, como congregar muita gente e muitas ideias, mobilizando-as, haja vista a chamada “primavera árabe”.
Nessa esteira, uma nova onda que surgiu na internet em matéria de rede social é o MEME, que usa praticamente os mesmos princípios. Assim, é que fui convidado a participar do MEME, por uma amiga internauta, a querida Fiesta, que recebeu a missão e a repassou para alguns amigos, entre eles, eu. A proposta deste MEME é outra epidemia da internet, o top10: no caso, cada participante deve citar 10 músicas interessantes, sob seu olhar, que abordem, de alguma forma, a famosa “dor de cotovelo”.
No início, achei que fugia demais da proposta do Sarrabulhada Cult, mas, então, lembrei da rubrica “generalidades”, que foi pensada pra ser mesmo um espaço bem democrático e mais imprevisível do Sarrabulhada Cult. Fiz, portanto, uma rápida lista, mas tentando oferecer sugestões minimamente interessantes. Fugi de nomes importantes no assunto, como Vicente Celestino, Waldick Soriano, ou Reginaldo Rossi, em favor de uma lista mais eclética e interessante, a meu ver. Coloquei como número 1 a canção francesa Ne me quitte pas, que Jacques Brel fez por ocasião de sua separação da cantora e atriz, Suzanne Gabriello e que fez muito sucesso em vozes de todo o mundo; no segundo lugar, uma escolha principalmente para os jovens: Lobão Doidão, cantando e gritando Me Chama. Muito bacana! Também tem The Diamonds, cantando magnificamente sua Little Darling. Outra pérola é a canção country I can't Stop loving you, que fez muito sucesso com Ray Charles, Elvis Presley, entre outros, mas aqui cantada belamente por seu autor, Don Gibson.
Ah, ia esquecendo, não coloquei a letra das músicas, mas aquelas que não aparecem no vídeo e que são em outra língua, podem ser facilmente encontradas no Google.
Querido amigo, adorei a forma como abordou a questão das redes sociais e suas vertentes. Você imagine que eu nunca havia parado para pensar que os princípios básicos que norteiam empresas tipo Amway, com seu conceito de pirâmide e consequente crescimento exponencial, trazem em seu bojo a mesma essência que alimenta as redes sociais? Muito bem observado!!!
Eu também concordo que na Blogosfera aparecem muitas "generalidades", digamos assim, e que nem sempre são compatíveis com a proposta de nossos Blogs; todavia, encaremos como um exercício de "jogo de cintura" para lidarmos com imprevistos! rs rs
Com relação às músicas no estilo dor de cotovelo que vc listou, gostei de todas elas, pois realmente se encaixam no perfil, exceto por um detalhe: uma das regras do Meme é que sejam indicadas apenas músicas nacionais!!! kkkkkkkk Mas valeu! Faço um "mea culpa", pois talvez eu tenha sido pouco clara ao tratar desse item! kkkkkkkkkkk
Querido, agradeço imensamente sua participação! Um grande e afetuoso abraço!
Eu comecei a escolher as canções e fui lembrando de coisas de que gostava e selecionando. Meu critério principal foi esse. Mas as músicas que escolhi são tão bacanas (eu acho). Espero que tenha agradado e que agrade aos amigos que vão vê-las ainda. Não tive coragem de deixar de fora essas músicas. Também sou iniciante no negócio e aí, já viu, né? Mais uma vez, obrigado por ter me indicado. Gostei da brincadeira!
Tás passando uma dorzinha de amor, menina? Se é isso, pode tomar várias doses desse remédio, que é bacana pra se preparar pra próxima. Alivia, inspira e nos dá aquela gostosa sensação masoquista, que só mesmo os amantes conhecem. Sobre as redes sociais, aproveitei pra fazer apenas um breve comentário e uma rápida reflexão, no início, e tentar enriquecer um pouquinho o material.
Oi LeMarc, como sempre adorei seu texto. eles sempre me prendem até o final. como vc tb resisti ao MEME e a outras coisas, mas na vida na vida qdo a gente não se reinventa, nos reinventam sem permissão, o q as vezes é bom e noutras não...como tudo na vida. Adorei sua seleção de músicas. Bjos
Obrigado pelos elogios. Isso é o que faz a gente querer continuar. Querer brindar as pessoas que passam por aqui, oferecendo algo interessante. Espero estar conseguindo, e melhorar, porque há muito a melhorar sempre.
De fato, temos que ter a sabedoria de ouvir e estar abertos a novas ideias, porque esse é o motor da vida.
Fiquei pensando em algumas músicas também. Pensei nas seguinte:
- Trocando em miúdos - Chico Buarque (eu levo a carteira de identidade e a leve impressão de que já vou tarde...) Ai!!!
- Olhos nos olhos ( é do Chico, mas amo na voz da Maria Bethânia). "Quando vc me quiser rever, ja vai me encontrar refeita, pode crer... Olhos nos olhos, quero ver o que você diz. Quero ver como suporta me ver tão feliz...) Perfeita! Só pensa assim quem ainda ama muito.
- "Quaquaraquacá...quem riu.. quaquaraquaquá fui eu..." Elis Regina. Também só diz isso quem ainda ama, mas está se sentido vingado.