Dirigido por Anthony Mann, o cultuado diretor da série de westerns estrelada por James Stewart, The Tin Star conta a história de um jovem xerife que precisa aprender seu recém-ofício, e, para isso, conta com o auxílio de um caçador de recompensas, Morgan, interpretado por Henry Fonda. O filme inicia com a entrada de Morgan na cidade, carregando sobre o cavalo o corpo de um homem. Ele vai à busca de sua recompensa. Ao adentrar a prisão, se surpreende com o inexperiente xerife Owen, vivido por Anthony Perkins. O jovem iniciante alimenta ilusões de fazer um trabalho justo e honrado, mas o velho pistoleiro tenta convencê-lo de que o mais importante na profissão é manter-se vivo. Daí se inicia uma relação de amizade, instável, mas progressiva, entre os dois. Morgan, pouco a pouco vai se afeiçoando ao jeito intrépido e superior de Owens.
Enquanto aguarda sua recompensa, por intermédio de Kip (Michel Rey), Morgan conhece Nona (Betsy Palmer), mãe do garoto de sangue índio, e se hospeda em sua casa. Esse fato começa a mexer com a cabeça e com as convicções de Morgan. Não querendo se envolver nos problemas da cidade e do xerife, Morgan caminha pouco a pouco para seu epicentro, e quando um acontecimento abala a cidade, toma de vez o protagonismo. The Tin Star é um bom filme, com um roteiro inteligente, mesmo tendo certo ar comum. As atuações são boas, embora os antagonistas deixem um pouco a desejar. A fotografia é competente, tendo em vista, especialmente, sua composição, e a música cumpre bem sua função.
The Tin Star aborda temas complexos, como o racismo ou o relativo isolamento do homem diante da hipocrisia e das coveniências da comunidade (nisso, lembra um pouco High Noon); ainda assim é um clássico, um western praticamente puro; uma mostra do talento de Mann.
Uma curiosidade é a semelhança com I Giorni dell’ira, o eurowestern edipiano (ou não), de Tonino Valerii, com G.Gemma e Lee Van Cleef, o Ed de The Tin Star, e que, como se pode supor, talvez tenha neste alguma inspiração.
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