melhores blogs existentes que tratam dos filmes western produzidos na Europa. Agradecemos ao Pedro e ao Emanuel a honra pelo convite para discutirmos um pouco do gênero, ao lado de amantes do western de todo o mundo.
2011/11/08
Minha história com o eurowestern (sempre o chamei assim, pois não gosto muito do termo spaghetti western) é bem diferente da de alguns dos amigos que já participaram da rubrica, mas minha afeição por ele também é demasiado grande. Ela começa quando, na década de 80, após o ocaso do subgênero, quando eu, em muito tenra idade morava em uma cidade bem interiorana mesmo. Cinema lá era por temporada, durava uns dias e depois arribava ou acabava. Os filmes que lá se exibiam eram basicamente de ação (western, artes marciais, além dos “clássicos” pornográficos); ora, com a pouquíssima idade, eu não tinha a menor chance de frequentar aquele ambiente que me parecia mágico, e naqueles horários. Meus irmãos de mais idade e seus amigos é que frequentavam e chegavam contando muitas histórias. Os westerns italianos duravam semanas nas conversas, e eu ali, acompanhando e louquinho pra ir ver na telona.
Eram histórias de caixões sendo arrastados pela cidade, de padres exímios pistoleiros, entre muitas outras. O cinema da cidade fechou, o eurowestern praticamente acabou e eu, enfim, perdi aquelas exibições tardias do que viria a ser, posteriormente, a minha maior paixão no cinema, em se tratando de gênero. Perdia então as exibições, mas nunca esqueceria de que precisava um dia ver tudo aquilo de perto, tudo que apenas imaginava, regado àquelas maravilhosas músicas que eu ouvia nas volantes e do lado de fora do cinema. Enfim, o tempo passou e quando surgiu a mídia DVD eu pude finalmente realizar, com alguma qualidade, meu desejo de conhecer aqueles filmes da minha infância. Não deu outra: me apaixonei pelo estilo, pela criatividade, pela música, por aquelas personagens exóticas e suas histórias extraordinárias.
Continuo vendo tudo que posso do gênero, apesar de ser difícil encontrar no Brasil edições dignas dos filmes, fruto de desconhecimento e preconceito de muita gente ignara. Portanto, diante do carinho que eu tenho com esses filmes, não é tarefa nem um pouco fácil escolher alguns que se sobressaem por algum motivo. De qualquer modo, como a tarefa é mesmo essa, vamos a ela. A minha escolha segue a proposta da rubrica, e não se baseia unicamente em critérios de qualidade técnica ou artística, o que daria algumas posições importantes ao mestre Leone. É, portanto uma seleção dos filmes que quando assisti me reportaram por alguma razão, às vezes inexplicável, a momentos muito queridos da minha infância, com pessoas e coisas muito representativas. Vamos a ela: