20 de dezembro de 2010

Teatro de Objetos

Na última semana, aconteceu em Brasília, no Centro de Convenções Ulisses Guimarães, o Festival Internacional de Teatro de Objetos, que contou com a participação de companhias de teatro de várias partes do mundo, a exemplo de França, Holanda, Israel, Argentina, Canadá, e, claro, Brasil.

Criado há algumas décadas na Europa, o teatro de objetos, finalmente, está se tornando mais conhecido pelas nossas paragens. Sua estrutura e leitmotiv são variados, mas o que define basicamente esse tipo de teatro é, como o nome explicita, a semelhança com as brincadeiras pueris da infância, perdidas pelo caminho. Pela personificação dos objetos, encontra-se o meio para quebra do grilhão que aprisiona a liberdade de ser, de fazer, e o sentir de novo emoções reprimidas, mas imorredouras.


Trata-se de uma espécie de apólogo dramatizado. Mas sem uma moral explícita, apenas subvertendo as expectativas, bem ao gosto da arte contemporânea. Onde não há espaço para convencionalismos e a verve é mesmo o único limite do seu criador.

Talvez, para o teatro de objetos, o maior desafio seja conseguir construir histórias mais elaboradas, com um pouco mais de fôlego, indo além da já gostosa fórmula cômica e, por vezes, non sense, de historietas curtas e com um núcleo episódico relativamente restrito. Mas, seja como for, é uma arte que, antes que qualquer coisa, encanta. Maravilha não apenas crianças, e dialoga com qualquer classe, podendo ser exibida tanto em teatros como em praça pública.

Embora o teatro de objetos já tenha passeado em algumas capitais do Brasil, ele é praticamente desconhecido nas regiões mais distantes e periféricas. Nas regiões Norte e Nordeste, “detalhes” historicamente esquecidos pelo grande movimento cultural, é quase uma marca d’água, uma impressão. Nesse sentido, ele precisa ser divulgado e conhecido em lugares mais ermos, porque a cultura não pode ser monopólica e prerrogativa de uns poucos. Os paus e as pedras do extremo brasileiro também têm muita história pra contar.

Uma sugestão oportuna. Ao lado do teatro de sombras, de marionetes, etc., o teatro de objetos, com excelentes possibilidades expressivas, pode, e deve, se fazer presente na educação, em qualquer nível de ensino, haja vista suas características peculiares, que agradam facilmente crianças e jovens, sem descuidar de adultos e idosos, numa viagem de vida e de arte em estado puro.

Abaixo, você encontra o link para o site do FITO (Festival Internacional de Teatro de Objetos) e um vídeo que exemplifica o teatro de objetos, para uma possível aproximação inicial. Mas não deixe de assistir ao vivo, quando tiver oportunidade, a uma apresentação de uma das formas de arte mais genuínas: o teatro.

E, se não for pedir demais, divulgue o teatro de objetos, indicando textos e material como este, para fazer menor o tempo de difusão ampla da cultura e da arte por este país afora. Abraço!





Link: FITO
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