25 de julho de 2014

Inventei uma bomba
Diferente de todas as bombas
Que se conhecem.
Diferente da bomba 
De fragmentação, que,
Em seu voo da morte,
Se divide para multiplicar
O terror e a dor
De modo indiscriminado,
Nas montanhas ou na terra chã.
Diferente da bomba
De penetração,
Que, como bicho arredio,
Mergulha o solo,
Mas à procura daqueles
Que se enterraram para viver.

Diferente da bomba incendiária,
Do Napalm,
Do cogumelo mortal,
Nuclear,
De Hidrogênio,
Que contamina
E torna pesado
Todo o oxigênio;
Da bomba suja,
Teleguiada,
Que tão bem conhece
Os caminhos do mal.

Um fascinante jeito de lutar!
Não o da bomba guiada a laser,
Falo da bomba inteligente;
Uma bomba que
Quando lançada ao ar
Sutilmente se fragmenta
Em brinquedo,
Livro e alimento,
Em ponta de lápis, pincel,
Para colorir o mundo,
Tudo cuidadosamente contaminado 
Com o benevolente vírus da sabedoria.
E junto deles, pétalas de rosa clara,
Para perfumar o mundo
Porque o mundo
Sem flores, sem perfume,
Sem amor
E sem paz...
É para os tolos.


(2013)



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